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Quadrangular na Revista Vinde

Igreja do Evangelho Quadrangular na revista Vinde em entrevista de 1997

 

Igreja do Evangelho Quadrangular - Cruzada Nacional de Evangelização

 

Nascida sob lonas de circo, há 45 anos (hoje 55 anos atrás), a Igreja Quadrangular conta com 1,5 milhões de membros em todo o país

CARLOS FERNANDES .............................................................................

O ano era o de 1953. A cidade, São Paulo. Num terreno localizado na avenida Francisco Matarazzo, no bairro da Água Branca, Zona Oeste da capital paulista, uma grande lona montada chamava a atenção. Para quem passava de longe, era apenas mais um circo, como tantos outros, a se estabelecer na grande cidade em busca de espectadores e dinheiro. Para quem chegava mais perto, porém, a movimentação não lembrava em nada um espetáculo circense. De palhaços e animais amestrados, nem sinal; no lugar do picadeiro, havia um púlpito; em vez do mestre de cerimônias, um pastor anunciando que Deus iria operar milagres; na platéia, em vez de crianças chupando pirulito, pessoas compenetradas, de Bíblia na mão, algumas com lágrimas nos olhos. Dentro da lona, 3 mil pessoas cantam e oram em conjunto, fazendo um barulho santo, alimentado pelo fogo pentecostal que, a partir daquele momento, se espalharia, dando origem ao movimento que, anos mais tarde, faria do país uma potência evangélica.
Aquela reunião inusitada, totalmente diferente de um culto convencional, foi o ponto de partida da Igreja do Evangelho Quadrangular (IEQ), que, em 45 anos de atividades no Brasil, conseguiu reunir 1,5 milhão de fiéis e influenciar decisivamente a história do Evangelho no país.

O surgimento da denominação em terras brasileiras está diretamente ligado à iniciativa de evangélicos americanos. Foi de lá que partiu, em 1944, o pastor e missionário Harold Edwin Williams, decidido a trazer o Evangelho para a América do Sul. Nascido em Hollywood – a Meca do cinema – em 1913, Williams chegou a atuar em filmes de faroeste. A carreira de caubói não durou muito, mas seu trabalho no Reino de Deus daria um longa-metragem. A vocação missionária o levou a estudar Teologia no Seminário Life, da Igreja Quadrangular Internacional, em Los Angeles.
Após terminar o curso, Harold Williams foi ordenado pastor e tornou-se diretor superintendente da mocidade da IEQ em onze estados americanos.
Nessa época, ele já estava casado com Mary Elisabeth, pastora da denominação. Depois de um ano atuando como missionário da igreja na Bolívia, Harold Williams resolveu continuar seu ministério no Brasil, que na época ainda era um país essencialmente rural e dominado pelo catolicismo, sobretudo no interior. A industrialização engatinhava e não havia quaisquer restrições ao ingresso e ao trabalho de estrangeiros no país. O pioneiro tinha intenção de fixar-se numa região onde pudesse obter maior repercussão para o grande trabalho evangelístico que pretendia realizar.

Em 1946, desceu de barco pelo rio Amazonas até chegar a Belém (PA), onde embarcou num navio em direção a Santos, no litoral paulista. Fixou residência provisória na cidade mineira de Poços de Caldas, onde aprendeu a língua portuguesa e começou a "espiar a terra", avaliando qual seria o local mais apropriado para lançar a semente da denominação no país.

Bênçãos no 'circo'– No dia 15 de novembro de 1951, abriram-se as portas do primeiro templo da Quadrangular, na cidade de São João de Boa Vista (SP). Pentecostal convicto, Harold Williams não se satisfez com os resultados obtidos nessa primeira congregação. Sonhava em anunciar a obra carismática do Espírito Santo em nível nacional. A guinada começou através da cruzada realizada pelo pastor americano Raymond Boatright no dia 1º de março de 1953, no templo da Primeira Igreja Presbiteriana Independente do Cambuci, emprestado para o evento. Evangelista renomado em seu país, Boatright era um velho amigo de Williams, e os dois
resolveram juntar forças naquele esforço de evangelização.

Como os sinais acompanham aqueles que crêem – como diz a Bíblia –, o templo não foi grande o suficiente para abrigar por muito tempo os cultos superlotados em que ocorriam milagres e renovação espiritual na vida de muitas pessoas. O carisma de Raymond Boatrigth atraiu multidões e até mesmo repórteres de jornais locais, que publicaram manchetes como "A repetição dos milagres de Cristo", "Pastor norte-americano opera curas assombrosas no Cambuci" e "Milhares de enfermos anseiam por milagre no templo do Cambuci". Pela primeira vez, os evangélicos ocupavam espaço na mídia de forma expressiva.

Tanta repercussão impulsionou a dupla de evangelistas para um trabalho muito mais amplo. Nascia assim a Cruzada Nacional de Evangelização, que se tornou um marco na história do Evangelho no Brasil. Essas jornadas atraíram ainda mais gente para os cultos, que já eram realizados num templo presbiteriano no Braz. Mais de 15 mil pessoas se acotovelavam até no ginásio esportivo da igreja. A procura era tanta que a duração dos cultos teve que ser reduzida a 40 minutos e as reuniões eram realizadas uma atrás da outra, o dia inteiro.

Apesar da alegria geral pelas bênçãos, a situação foi ficando insustentável. A solução que apareceu foi um misto de milagre e loucura:
um grupo de crentes americanos fez a doação de uma lona de circo capaz de abrigar 3 mil pessoas. O presente foi trazido pelo pastor Raymond Boatrigth e logo passou a abrigar as reuniões que, àquela altura, já tinham se tornado conhecidas em todo o país. Os cultos, animados por músicas de louvor em estilo country – inclusive com o uso da guitarra elétrica, uma inovação em reuniões evangélicas –, caracterizavam-se pela informalidade, com orações coletivas e forte ênfase na realização de milagres e no batismo com o Espírito Santo, experiência carismática considerada pelos pentecostais como a plenitude da vida espiritual e que, até aquela época, ainda não era muito comum entre os crentes nacionais.

Chama acesa – No início do ano de 1954, o trabalho já crescera tanto que foi necessário organizá-lo em bases menos improvisadas. O pastor Harold Williams alugou um teatro, onde passou a funcionar a congregação.
Enquanto isso, a tenda dos milagres continuava sua peregrinação por várias partes do país, sempre abrindo frentes de trabalho que, mais tarde, viraram igrejas: Curitiba (1955) e Ponta Grossa (1958), no estado do Paraná; Florianópolis (SC), Juiz de Fora (MG) e Rio de Janeiro, em 1956; Anápolis (GO) e Manaus (AM), no ano de 1959. Em 1957, a igreja adquiriu o terreno onde foi construída e funciona até hoje a sede nacional da denominação, no bairro de Santa Cecília, na capital paulista.

De acordo com o pastor Daniel Marins, supervisor da IEQ no estado de São Paulo, o tempo passou, mas a chama evangelística permanece mais acesa do que nunca. Ele é o responsável pelo projeto Tendas Itinerantes, implantado no início deste ano. "A idéia é armar tendas durante quatro meses em cidades estratégicas onde existe resistência ao Evangelho.
Constrói-se depois a igreja definitiva e a casa pastoral, e a tenda é transferida para outra cidade", explica Marins. O pastor informa que 11 terrenos já foram comprados para edificar igrejas nascidas desse projeto.
Em Águas de Lindóia (SP), um templo com capacidade para mil pessoas foi inaugurado no último dia 21 de junho, o local onde uma dessas tendas aterrissou meses atrás. "Estamos obtendo resultados expressivos", festeja Marins. Quase meio século depois de surgida no Brasil, a IEQ continua fiel às suas origens e espalhando suas tendas pelo país. O Reino de Deus agradece.
 
As quatro faces do Evangelho
A Igreja do Evangelho Quadrangular adotou esse nome devido a uma mensagem pregada por Aimée Semple McPherson em 1922, numa grande tenda em Oakland, Califórnia (EUA). Naquela noite, a missionária falava sobre o primeiro capítulo do livro de Ezequiel, quando o profeta descreveu a visão que teve dos quatro querubins, com rostos de homem, leão, boi e águia. A pregação foi tão poderosa que nasceu ali o movimento que logo se difundiria pelo mundo e chegou ao Brasil nos anos 40. A doutrina da Igreja Quadrangular ressalta os quatro benefícios do Evangelho: a salvação (representada pelo rosto do homem), o batismo com o Espírito Santo, identificado como o rosto de leão, a cura divina – representada pelo boi, como o grande removedor de fardos e pecados – e a segunda vinda de Cristo à Terra, simbolizada pela figura da águia. A simbologia se estende às cores vermelha, amarela, azul e roxa, usadas para representar, respectivamente, as quatro faces do Evangelho pregado pela Quadrangular.
 
A denominação segue a linha pentecostal, com cultos caracterizados pela informalidade e pela participação intensa dos frequentadores.
Raio-X - Igreja do Evangelho Quadrangular
Sede: São Paulo
Presidente: Mário de Oliveira
Fiéis: 1,5 milhão (1997) - 2,5 milhões (2010)
Ministros: Cerca de 5.200, incluindo pastores e obreiros credenciados para o exercício do ministério. Hoje são mais de 10 mil.
Distribuição: A IEQ possui hoje 4,5 mil igrejas em todo o país, das quais cerca de 1 mil no estado de São Paulo. O índice de crescimento médio tem sido de 18% ao ano. Em 2010 são mais de 7.700 igrejas em todo o Brasil.
Atividades da denominação: O Conselho Nacional de Diretores, eleito para um mandato de quatro anos, administra a denominação. Existem conselhos estaduais, que são responsáveis pelos trabalhos locais. Igreja marcada pelo empenho de seus membros em anunciar o Evangelho, a IEQ possui grupos missionários em todo o país, que se reúnem semanalmente para planejar e executar ações de evangelismo. As igrejas promovem obras sociais e atuam em benefício das comunidades, além de realizar programações e eventos de evangelismo e confraternização. A IEQ patrocina seminários periódicos para sua liderança. A organização utiliza os meios de comunicação para divulgação de sua mensagem e possui a Editora Quadrangular, que, além de produzir livros, é responsável pelas publicações denominacionais